Gilberto Gil, Ana Maria e Torquato Neto |
Torquato Neto foi um gênio triste do sertão que o mundo mal
teve tempo de descobrir. Mas a passagem dele, se curta demais, foi intensa, com
sabor de poesia eterna. Seu jeito de olhar o mundo por uma janela transversal
surpreende ainda hoje.
Carregou no corpo frágil sua Teresina por onde foi. Em
Londres ou Paris. Salvador, São Paulo ou Rio. Um bardo do existencialismo.
Inconformado e inquieto. Por suas letras passaram ideias e ideais que fogem do
comum.
Era igual sem ser o mesmo. Rompeu cerca e estradas. Deslimitou
espaço e tempo. Seus vinte e oito anos de vida foram como o brilho fugaz de um
relâmpago no céu de tormentas.
Brilho intenso e fulminante. Enquanto esteve vivo traduziu
em poesia o desassossego da vida. Poeta desde menino, nunca chegou a homem
feito, embora estivesse pronto e soubesse disso.
Amou e foi amado. E do amor de Ana com ele, nasceu Thiago.
Pra muita gente, Torquato morreu cedo. Para ele mesmo, morreu de fastio da
vida. De consciência de obra pronta. De passagem completa.
Por sorte, seu rastro é infinito.
"Pra muita gente, Torquato morreu cedo. Para ele mesmo, morreu de fastio da vida". Que lindo e poético. Aliás, todo o texto. Mas esse trecho me chamou a atenção pela constatação de que essa vida não nos basta.
ResponderExcluirDa belíssima análise, considerei " Deslimitou espaço e tempo. Seus vinte e oito anos de vida foram como o brilho fugaz de um relâmpago no céu" o trecho mais pertinente. Grande poeta brasileiro.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, Maranhão Viegas!