quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mari, Biel, Manoel - poesia em fim dia

Mari Guedes
Devo a leveza do meu fim de tarde a Mari Guedes. Mari é dessas pessoas que a gente gosta sem saber porquê. Não precisa nem conhecer. Basta perceber a delicadeza das coisas que ela publica na internet. 

Pois bem, Mari me deu de presente um fim de dia cheio de poesia. Cheio de Manoel de Barros. Ela me fez assistir um curta metragem feito por um jovem diretor de cinema, que eu acho que é de Porto Alegre, Biel Gomes
Biel Gomes

A história de amor e a poesia de Manoel falam por si só. De quebra, revi lugares, ruas, parques da cidade em que vivi durante mais de 20 anos, Campo Grande - MS. Obrigado, Mari. Obrigado, Biel. Gracias, Manoel. 

A história do filme Dedicatória, quem conta é o próprio Biel. Vale a pena ler. Vale a pena gastar doze minutos para ver o resultado dessa viagem poética. 


Em novembro do ano passado, uma pessoa super importante pra mim, iria fazer aniversário no dia 09. Mais ou menos uma semana antes resolvi dar de presente a ela o livro "Poesia Completa" do Manoel de Barros (poeta preferido dela).

Quando cheguei em casa com o livro, decidi escrever a dedicatória. Porém, não consegui. Talvez pela infinita distância entre a beleza da escrita do Manoel e a minha. Ou talvez pela distância entre mim e ela. Não sei. Sei que com isso, comecei a pensar que era o próprio livro que não me deixava escrever nas suas páginas, pensei que como a poesia de Manoel de Barros foi escrita no meio do mato, o livro podia estar traumatizado por estar numa cidade de concreto, precisando se reencontrar com os lugares que ele foi concebido pra me deixar escrever a dedicatória.

Pois é, viajei né? Sim, viajei. Dessa viagem da minha cabeça, acabou virando algo real. Como faltava só uma semana para o aniversário Dela, comprei uma passagem no dia seguinte para Campo Grande, terra do Manoel. Nesse momento, pensei em registrar toda essa trajetória de uma forma experimental, para ver se dali saía talvez um curta, um documentário, uma dedicatória.

Passei 3 dias lá sozinho, levando o livro pela cidade, pelo meio do mato, no meio dos bichos e afins. Fazendo cada poesia do livro voltar a sentir "o cheiro do sol de lá"... Toda essa trajetória me levou a um final incrivelmente mais lindo do que eu poderia imaginar, mas isso prefiro que vocês vejam no próprio filme. 


Bom, voltando a trajetória, voltei para Porto Alegre e consegui finalizar o curta até o dia do aniversário. Entreguei para Ela o livro com um laço de presente, na Casa de cultura Mário Quintana. Mas, antes que ela abrisse o livro para ver a dedicatória, fomos até umas das salas de cinema de lá e passei o curta numa sessão fechada pra ela.
Essa é a história desse curta, dessa experiência...


Espero que vocês gostem.

Biel Gomes

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