Mariza Poltronieri |
Quando criança, no século
passado, meus irmãos e eu tínhamos um planeta só nosso. Era um terreno baldio
que ficava conjugado ao restaurante da família e da nossa casa.
Lá, como nos sítio de D. Benta, de Monteiro Lobato, tinha árvores de muitos frutos, manga, goiaba vermelha e branca, mamão, limão. Tinha uma horta com tomates, verduras e cheiro verde.
De vez em quando tinha milho também, que caprichosamente arrancávamos os brotos para comer ali, bem no pé e escondido, pra sentir o docinho daquela iguaria proibida. Os mini milhos arrancados diminuíam a safra.
Não faltava bicho, de todo jeito, cães vira-latas e de caça, porquinhos-da-índia, bode, peru, gato, porco. Inventávamos inúmeras brincadeiras neste mundo. Fazíamos tiroleza improvisada de uma árvore à outra, grandes buracos para chegarmos ao Japão; soltávamos pipa, andávamos de perna de pau, guerra de barro e sempre, quase o tempo todo, em cima das árvores. Todas as brincadeiras ali eram permitidas. Um espaço longe das ruas. Eu sempre fui uma criança obediente. Não arriscava muitas coisas. O quintal planeta era o meu mundo possível. E como brinquei.
Eu tive muitos amigos corajosos, que se aventuravam a ir além. Achava aquilo o máximo, mas só de pensar me dava taquicardia, então eu imaginava e me aquietava. A imaginação também era um planeta.Crescer com essa infância foi muito bom, com a imaginação também. Ainda me exaspero com o novo, mas ele serve de gatilho para a criação. É assim na cozinha, é assim para escrever, é assim para sentir. E é bom.
Lá, como nos sítio de D. Benta, de Monteiro Lobato, tinha árvores de muitos frutos, manga, goiaba vermelha e branca, mamão, limão. Tinha uma horta com tomates, verduras e cheiro verde.
De vez em quando tinha milho também, que caprichosamente arrancávamos os brotos para comer ali, bem no pé e escondido, pra sentir o docinho daquela iguaria proibida. Os mini milhos arrancados diminuíam a safra.
Não faltava bicho, de todo jeito, cães vira-latas e de caça, porquinhos-da-índia, bode, peru, gato, porco. Inventávamos inúmeras brincadeiras neste mundo. Fazíamos tiroleza improvisada de uma árvore à outra, grandes buracos para chegarmos ao Japão; soltávamos pipa, andávamos de perna de pau, guerra de barro e sempre, quase o tempo todo, em cima das árvores. Todas as brincadeiras ali eram permitidas. Um espaço longe das ruas. Eu sempre fui uma criança obediente. Não arriscava muitas coisas. O quintal planeta era o meu mundo possível. E como brinquei.
Eu tive muitos amigos corajosos, que se aventuravam a ir além. Achava aquilo o máximo, mas só de pensar me dava taquicardia, então eu imaginava e me aquietava. A imaginação também era um planeta.Crescer com essa infância foi muito bom, com a imaginação também. Ainda me exaspero com o novo, mas ele serve de gatilho para a criação. É assim na cozinha, é assim para escrever, é assim para sentir. E é bom.
Hoje fui passear de balão e
não fui sozinha. Como antigamente, estava acompanhada de meu irmão, parceiro de
brincadeiras e de sua filha, minha querida também. Ali, vendo o balão ser
inflado e aprumado, com o mesmo cesto de minhas lembranças imaginadas e não
vividas, me senti pequena e grande, com um desejo intocado, o impossível e o
possível.
Mariza e sua sobrinha, no balão. |
Descobri que o piloto do
balão só sabe como subir e descer, não há controle prá onde se vai, o vento é
quem diz e está tudo bem. Lá longe tem gente prá te resgatar. Na vida, também é assim. Subindo as alturas eu ganhei
as ruas. Isto é bom e estou feliz.
Como sempre apresento alguma
receita, pensei em algo com goiaba, uma de minhas frutas preferidas e também
porque eu era a “dona” do pé do quintal. Pensei também em transgredir.
Pelo excesso de calorias e pelo prazer que dá, um delicioso e fácil petit
gateau de goiabada com nuvem de requeijão.
Petit Gateau de Goiabada com Nuvem de Requeijão.
IngredientesPara o Petit Gateau:
· 1/2 kg de goiabada lisa
· 200 g de manteiga derretida
· 100 g de açúcar
· 5 claras de ovos
· 10 gemas peneiradas
· 100 g de farinha de trigo peneirada
· Para a espuma de requeijão:
· 1 vidro de requeijão consistência firme
· 3 claras de ovos
· 3 colheres de sopa de açúcar
· 3 colheres de sopa de água
· 1 pitada de sal
Modo de Preparo
Petit Gateau:
Nuvem de Requeijão:
· Desenforme o petit gateau em pratos individuais. Coloque a espuma de requeijão ao
lado e enfeite com uma folha de hortelã.
· Misture na batedeira a goiabada lisa com a manteiga derretida. · Em seguida, acrescente o açúcar e bata mais um pouco. · Bata junto as claras de ovos e as gemas peneiradas. Desligue a batedeira e acrescente a
farinha de trigo peneirada aos poucos, mexendo devagar.
· Misture até virar uma massa homogênea.
· Distribua esta mistura em forminhas individuais para petit gateau, ou de pão-de-mel
grandes,untadas e enfarinhadas e leve ao forno a 180ºC por 8 minutos (pode variar
conforme o forno). Um jeito de ver o tempo é perceber uma “bolha” sem assar no meio
do bolinho. É o momento de tirar.
· Tire do forno e aguarde 1 min antes de desenformar.
OBS: Esta mistura pode ficar guardada em geladeira por até 2 dias.Nuvem de Requeijão:
· Leve o açúcar e a água ao fogo até formar uma calda grossa. · Bata as claras em neve firme com a pitada de sal. · Continue batendo as claras e acrescente a calda de açúcar ainda quente, formando um
merengue, por cerca de 1 min.
· Desligue e acrescente o requeijão, misturando delicadamente com uma espátula.
· Guarde em geladeira até servir.
Montagem:· Desenforme o petit gateau em pratos individuais. Coloque a espuma de requeijão ao
lado e enfeite com uma folha de hortelã.
Obrigada querido.
ResponderExcluirLINDO!!!!!!!!!! Lindo!!!!!!!!!! Lindo! tudo!!!!!!!! viajei no teu balão... brinquei no teu quintal e comi o petit gateau!
ResponderExcluircesta do balão...como sua cesta de talentos! são tantos! pra quem te puder ou quiser compartilhar.
ResponderExcluirSubir e descer.....ir aonde o vento leva...e ele leva sómente para o possivel! dificil e necessaria aprendizagem.
Deliciosa experiencia. Ainda irei aonde o vento me levar "pois sempre tem alguem pra te resgatar"