Uma pressão natural do ambiente jornalístico e político. Outra pressão, também natural, da própria vida, me cobrando respostas e soluções a cada segundo. E uma pressão extraordinária por conta da somatória dos detalhes que caracterizam o "jogo político" - onde, por força da profissão, sou obrigado a trafegar - esse, sem medidas, sem regras, sem limites.
Coisa que exige coragem e destemor.
Em meio a tudo isso, abro a caixa de correspondência e recebo mensagens carinhosas e cuidadosas que vem de toda parte, dos lugares mais distantes e das pessoas mais diversas. Elas me ajudam a enfrentar os desafios do dia.
Ontem, por exemplo, uma mensagem me lembrou ser dia de São Pedro e de Xangô. Me obrigou a dois movimentos imediatos. Um, o de registrar que 29 de junho, dia de São Pedro, é também o dia do aniversário do meu irmão, Iram (a quem chamamos uma vida inteira de Binga, não me perguntem a razão). Depois, me fez meditar sobre os meus santos protetores, meus guias e orixás. No ano passado, na virada do ano, ganhei de Fernando Barros, um baiano arretado, um novo/velho amigo dos bons, uma imagem de Xangô.
Xangô |
Brincantes do Bumba-meu-boi |
Quando eu era criança, nestes dias, ficava espremido entre as grades da varanda da minha casa e as pernas de meu pai, vendo o povo passar, vendo os Caboclos de Pena, os Brincantes e seus chapéus coloridos, a Burrinha de Sabujá, as Mães Catirinas e Pais Franciscos, enfim, vendo a figura mitológica/religiosa do Boi desfilar diante dos meus olhos.
Por vezes, nem me dou conta. Mas essas lembranças permanecem vivas e plenas dentro de mim. Volta e meia, me assaltam como agora. Graças ao cuidado generoso dos que me velam. Meus santos, meus anjos, meus orixás, meus queridos amigos, meus cuidadores.
Acho que é daí que vem boa parte da minha capacidade de seguir enfrentando e vencendo desafios que a vida me põe. O céu lá fora é limpo e azul. A manhã é fria, mas ensolarada. Eu agradeço e celebro a vida.
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