sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sepé Tiaraju


No final do mês passado, a Câmara dos Deputados lançou o livro “Sepé Tiaraju: herói guarani, missioneiro, rio-grandense e, agora, herói brasileiro”. A publicação marca a inclusão de Sepé Tiaraju no Livro dos Heróis da Pátria, fato consolidado através do Projeto de Lei 5.516/2005, aprovado pela Câmara e pelo Senado, e sancionado no dia 21 de setembro de 2009 pelo então Presidente da República em exercício, José Alencar.

O livro conta a história do índio guarani que, há pouco mais de 250 anos, liderou a resistência à demarcação imposta por portugueses e espanhóis na região das Missões, no Rio Grande do Sul. O tratado de Madrid, assinado pelos reis de Portugal e Espanha em 1750, provocou a expulsão dos índios que viviam nas reduções jesuíticas instaladas na região. Em 1753, Portugal e Espanha uniram seus exércitos para enfrentar os índios, deflagrando-se a guerra em 1756. Sepé Tiarajú morreu numa das primeiras batalhas e tornou-se um mito.

Revirando a memória e os meus guardados, reencontrei-me com Sepé Tiaraju. Eu cursava jornalismo, na UNISINOS e participava de um movimento de teatro. Durante dois anos, ensaiamos uma peça montada por Juan Carlos Sosa, para comemrar os 15 anos da universidade.



"América Desperta" se pretendia uma ode à liberdade. Passava pelos principais movimentos revolucionários, desde a descoberta do Novo Mundo até os tempos de ditadura militar no Brasil.


(Ensaio: Sepé luta contra os invasores)


Ao longo de duas horas de espetáculo, 50 atores universitários, entre os quais eu me achava, varriam a América, de Norte a Sul, contando as agruras e conquistas de seus heróis, a luta pela dignidade e o desejo incontido de liberdade.


(Rosane Henn, uma das "Loucas da Plaza de mayo")

Sepé, João Cândido, Bolivar, Chê, Prestes e tantos outros ganhavam vida e voz em nossos corpos de estudantes. Nossa estréia, em Porto Alegre, marcou também a reinauguração do Teatro São Pedro, depois de um longo período de reconstrução.

É daí que vem minha proximidade com Sepé. Em um dos momentos mais tensos do espetáculo, Sepé liderava uma revolta e enfrentava espanhóis e portugueses numa luta desigual, para defender sua terra e sua gente.


(Maranhão/Sepé - personagem que resiste ao tempo)

Eu interpretava o Sepé nessa cena. Olhando as fotos, flagrantes dos ensaios da peça,não há como não sentir um sopro de saudade daqueles tempos. No meu íntimo, acho que nunca me distanciei do personagem. Seja pela luta permanente em que se traduz a minha vida. Seja pela ambição perene por ser livre. Viva, Sepé!

2 comentários:

  1. sepé tiaraju?! rosane henn, 'loca de la plaza de mayo'? uau!

    anda sumido, compañero?

    ¿qué pasa?

    abç,

    a,

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  2. Saudades da UNISINOS... bons e belos tempos.

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