O voo que me levou para fora é
o mesmo que me traz de volta.
A temperatura é mais baixa.
Antes havia sol e o tempo era quente.
O sistema de som no aeroporto informa:
agora, em SP, treze graus.
É frio. Mas não é tanto que me faça esquecer
a tua respiração ritmada em meu rosto.
Gatos novos não respeitam espaço e tempo.
Gatos novos não respeitam espaço e tempo.
Se movem com a convicção de que tem sete vidas.
Bem que podia ser assim.
Sete vidas.
Eu tenho sono enquanto espero o avião
que me leva de volta pra casa.
Treze graus.
É frio e minha alma de gato novo rejeita limites.
Quem me dera, sete vidas!
Quem me dera, sete vidas!
Quem nos dera! Quem nos dera! Mas mesmo sendo gato sem tantas vidas assim, a vida a que dispõe tem sete mil histórias dentro dela. Viva sem limites e medos como se sete vidas tivesse!
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