sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O tempo e a escrita

Composição de cena:  Odette de Castro
Foto: Flávio de Castro
Os dias de 2013 se avizinham do fim.
Há uma sensação comum a todos os fins, uma pontuação do tempo.
O fim, visto ao avesso, nada mais é do que um começo.

Lá onde os meus olhos não alcançam, me salva a escrita.
As letras preenchendo o vazio do branco dão sentido ao que sinto.
Passam as horas, os dias, passa o tempo sem que haja perspectiva de volta.
A única certeza é o desconhecido do que está por vir.
O incerto conjugando o verbo virá.

À minha volta, um eito de sensações.
Em meu peito, um fiozinho de melancolia.
É da natureza humana emocionar-se,
mesmo que em silêncio, com a passagem do tempo.

Deixo que as frases percorram o caminho lógico
entre a minha mente e os meus dedos.

Vejo as flores, diante da máquina de escrever de Odette.
As flores miúdas.
O chiaroscuro casual.
A luz filtrada na transparência do vaso.

Tudo ali é equilíbrio
Tudo ali é novidade nova à espera
de ser traduzida pelo barulho das teclas,
pela força das letras no papel branco.

Para que o vazio
não prevaleça sobe a pontinha de
esperança que insiste em me acompanhar.

No horizonte, vejo os primeiros sinais do
ano novo que se avizinha.
Uma passagem do tempo.
Mais uma.

E eu, viajante, me ponho cá,
emocionado e vivo.
A te esperar.  
Voilà, 2014!



2 comentários:

  1. Que a inspiração continue lhe sendo companheira em 2014. Não há como não ser um ano maravilhoso.
    Até lá!

    Abração.
    Auci

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  2. Que 2014 chegue com mais postagens suas... é bom ter amigos que escrevem bem!
    bjs

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