Short Cuts do isolamento social
Temporal
Há dias, visito o passado. A quarentena, o isolamento social é propício a isso. Na trilha sonora, nos filmes, nas lembranças... Pela janela, vejo o tempo passar. A vida está aqui dentro. Nos 35 metros quadrados de meu apartamento. As horas são lentas. A pesar do vento e do começo ensolarado do dia, agora chove a cântaros. O silêncio permite ouvir com mais riqueza o cantar dos pássaros. Há pássaros novos na mata em frente ao meu prédio. Sim, nunca os havia escutado. Em seu canto novo a novidade surpreende a sisudez destes tempos. Nós, passarinhos. Eles, passarão.
A escritora mirim
Dani, minha sobrinha, filha de minha irmã, escreve em tempos de quarentena. Revela-se a nova cronista da família. Texto bom, raciocínio claro. Como todo mundo, ela sente saudade de um tempo que estava bem ali, pertinho da gente e a gente nem se dava conta de como era bom. Tempo de abraço, de beijo, de aconchego. Dani tem letra, tem linha. Bebeu nas águas em que o seu avô navega.
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