Por Ângelo de Souza
Por certo
era o lugar certo
para os de Tupã
os de sá
os de Villegaignon
depois para os de Luanda
das gerais
dos Crateús
(da fenícia...)
para todos como eu,
os sem lugar
por destino
virar alimento
para os deuses
entrar pela boca
banguela
de seus ídolos
de pedra
por vingança
sobreviver
vencer a onça fome,
a doença inseto
prosperar
aterrar o mangue
desmontar o morro
rasgar túneis
romper canais
erguer palácios
plantar favelas
buscar o céu
cair no mar
maravilha de cenário
lugar errado
para uma cidade.
por acaso ou vocação
houve de ser cortesã
metrópole provinciana
disparatada
zoneada
dissolvida
melodia sincopada
de ritmo sinuoso
houve de ser samba,
ser verso
reverso
perverso
de si mesma,
essência extraída
do embate atlântico
—
crista eriçada
—
dorso curvilíneo
—
ombros de areia e floresta
lugar comum
de sua gente
enigma
de sua própria
natureza.
Encontro
nas palavras do Ângelo
a razão e o sentido
para homenagear
São Sebastião
do Rio de Janeiro.
E me completo
com Milton e Gil.
Bonito o texto do Ângelo. Só quem não conhece o Rio, não o ama.
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