'Caçadores de eclipse' brasileiros vão até a Oceania para ver fenômeno
raro
Grupo viaja em
cruzeiro para observar o eclipse total de sol.
Costa leste da Austrália atraiu
mais de 50 mil turistas do mundo todo.
Flávia
Mantovani
Do G1, em São
Paulo
Um grupo de turistas brasileiros
viajou cerca de 15 mil km e chegou até a Oceania com um objetivo curioso: ver o
eclipse total de sol, que ocorrerá entre a tarde e a noite desta terça-feira
(13), pelo horário de Brasília, e na manhã do dia 14, pelo horário local.
saiba mais
O eclipse total de sol é um
fenômeno raro e atraiu mais de 50 mil turistas do
mundo inteiro à costa leste da
Austrália, de onde ele será mais visível. A maioria
dos visitantes está nas cidades
de Cairns, Port Douglas e Atherton.
O auge do eclipse ocorrerá às
6h38 do dia 14 (horário local) – 18h38 no horário do Brasília –, quando o sol
ficará encoberto por cerca de dois minutos.
De Brasília para a Oceania
Três dos “caçadores de eclipses” brasileiros que
viajaram para a região são funcionários públicos e membros do Clube de
Astronomia de Brasília (CasB), que reúne astrônomos amadores da capital
federal.
Eles saíram do Brasil no fim de
outubro e levaram as famílias para fazer uma viagem pela Nova Zelândia e um
cruzeiro temático de 15 dias pela Austrália e pelas ilhas da Nova Caledônia.
No roteiro, passeios em museus e
pontos turísticos tradicionais convivem com palestras com especialistas sobre
temas como “As grandes questões sobre o sol e o futuro da pesquisa solar” ou “A
vida e a morte das estrelas”. Na mala, eles levaram binóculos e câmeras para
fotografar o eclipse. Também foram distribuídos no navio óculos especiais para
a observação da fase parcial do fenômeno e, assim, evitar danos aos olhos.
Eles vão observar o eclipse em
alto mar, no percurso entre a cidade australiana de Mackay e as ilhas da Nova
Caledônia. O planejamento da excursão para a Oceania ocorreu depois que o grupo
do CAsB não conseguiu concretizar outra viagem para ver um eclipse total de
sol, em 2010.
O primeiro destino seria a Ilha
de Páscoa, mas houve problemas com o transporte e a acomodação e o plano mudou
para El Calafate, no sul da Argentina. “Mas as condições climáticas e de
observação não eram favoráveis e acabamos desistindo. Um grande erro da nossa
parte, pois o eclipse foi fantástico e só vimos observar as fotos de outras
pessoas que tiveram mais fé do que nós”, conta Sandro Rosa, que está na Oceania
com a namorada, Amanda Monteiro.
Outro membro do grupo, Marcelo
Domingues, já havia ido sozinho para a China em 2009 para observar o fenômeno,
mas só conseguiu fazer imagens da fase parcial, já que o tempo estava nublado.
Agora, ele está com a esposa, Isabel, no cruzeiro pela Oceania. “A observação
de um eclipse solar em um mesmo local é extremamente rara, daí a necessidade de
nos deslocarmos para os pontos onde esses eclipses ocorrem”, diz Marcelo.
Ele lembra que o último eclipse
solar visível do Brasil ocorreu em 2006, e a totalidade só pôde ser observada
em Natal, no RN. O próximo no país ocorrerá apenas em 2046.
Além de funcionário público, o
outro membro do grupo, Ricardo Melo, é professor de física da Universidade
Católica de Brasília. Ele foi ao cruzeiro com os pais, Heleno e Walkiria.
Segundo Ricardo, a viagem até
agora está “perfeita”. Ele só torce para que a previsão de céu nublado no
momento do eclipse não se cumpra. “Esperamos que o céu esteja limpo para que
possamos fazer o maior número de fotos possíveis”, diz.
Telescópio montado na praia de
Palm Cove, na Austrália, onde será
visto o eclipse (Foto: Greg
Wood/AFP)
mt lgl
ResponderExcluir