quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A viagem de Isa e Marcelo


'Caçadores de eclipse' brasileiros vão até a Oceania para ver fenômeno raro
Grupo viaja em cruzeiro para observar o eclipse total de sol.

Costa leste da Austrália atraiu mais de 50 mil turistas do mundo todo.

Flávia Mantovani
Do G1, em São Paulo

Um grupo de turistas brasileiros viajou cerca de 15 mil km e chegou até a Oceania com um objetivo curioso: ver o eclipse total de sol, que ocorrerá entre a tarde e a noite desta terça-feira (13), pelo horário de Brasília, e na manhã do dia 14, pelo horário local.
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O eclipse total de sol é um fenômeno raro e atraiu mais de 50 mil turistas do
mundo inteiro à costa leste da Austrália, de onde ele será mais visível. A maioria
dos visitantes está nas cidades de Cairns, Port Douglas e Atherton.

O auge do eclipse ocorrerá às 6h38 do dia 14 (horário local) – 18h38 no horário do Brasília –, quando o sol ficará encoberto por cerca de dois minutos.

Brasileiros no cruzeiro pela Oceania. Em pé, da esq. para a dir.:
Sandro Rosa, Heleno e Walkíria Melo, Isabel e Marcelo Domingues;
segurando a bandeira, Amanda Monteiro e Ricardo Melo (Foto: Arquivo pessoal)

De Brasília para a Oceania


Três dos “caçadores de eclipses” brasileiros que viajaram para a região são funcionários públicos e membros do Clube de Astronomia de Brasília (CasB), que reúne astrônomos amadores da capital federal.

Eles saíram do Brasil no fim de outubro e levaram as famílias para fazer uma viagem pela Nova Zelândia e um cruzeiro temático de 15 dias pela Austrália e pelas ilhas da Nova Caledônia.

No roteiro, passeios em museus e pontos turísticos tradicionais convivem com palestras com especialistas sobre temas como “As grandes questões sobre o sol e o futuro da pesquisa solar” ou “A vida e a morte das estrelas”. Na mala, eles levaram binóculos e câmeras para fotografar o eclipse. Também foram distribuídos no navio óculos especiais para a observação da fase parcial do fenômeno e, assim, evitar danos aos olhos.

Eles vão observar o eclipse em alto mar, no percurso entre a cidade australiana de Mackay e as ilhas da Nova Caledônia. O planejamento da excursão para a Oceania ocorreu depois que o grupo do CAsB não conseguiu concretizar outra viagem para ver um eclipse total de sol, em 2010.

O primeiro destino seria a Ilha de Páscoa, mas houve problemas com o transporte e a acomodação e o plano mudou para El Calafate, no sul da Argentina. “Mas as condições climáticas e de observação não eram favoráveis e acabamos desistindo. Um grande erro da nossa parte, pois o eclipse foi fantástico e só vimos observar as fotos de outras pessoas que tiveram mais fé do que nós”, conta Sandro Rosa, que está na Oceania com a namorada, Amanda Monteiro.

Outro membro do grupo, Marcelo Domingues, já havia ido sozinho para a China em 2009 para observar o fenômeno, mas só conseguiu fazer imagens da fase parcial, já que o tempo estava nublado. Agora, ele está com a esposa, Isabel, no cruzeiro pela Oceania. “A observação de um eclipse solar em um mesmo local é extremamente rara, daí a necessidade de nos deslocarmos para os pontos onde esses eclipses ocorrem”, diz Marcelo.

Ele lembra que o último eclipse solar visível do Brasil ocorreu em 2006, e a totalidade só pôde ser observada em Natal, no RN. O próximo no país ocorrerá apenas em 2046.
Além de funcionário público, o outro membro do grupo, Ricardo Melo, é professor de física da Universidade Católica de Brasília. Ele foi ao cruzeiro com os pais, Heleno e Walkiria.

Segundo Ricardo, a viagem até agora está “perfeita”. Ele só torce para que a previsão de céu nublado  no momento do eclipse não se cumpra. “Esperamos que o céu esteja limpo para que possamos fazer o maior número de fotos possíveis”, diz.


Telescópio montado na praia de Palm Cove, na Austrália, onde será
visto o eclipse (Foto: Greg Wood/AFP)

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