domingo, 31 de janeiro de 2010

Brincadeira de sábado


Sábado à noite foi meu dia de estréia nos palcos. Uma pequena estréia, duas músicas apenas.Mas, aqueles poucos minutos pareceram uma vida.Foi numa festa/show na casa do Luiz Theodoro, músico competente e genial, a quem chamo de “meu maestro soberano” (que aparece aí na foto, feita no estúdio dele).

A causa foi nobre. Uma festa solidária pelo restabelecimento da saúde de um outro grande músico de Brasília – Daniel Jr. Cara sensacional, sensibilidade a milhão. Ele reúne leveza e magia quando os seus dedos tocam as cordas do baixo.

Pois bem, Lula, meu maestro soberano, com quem tenho dividido umas parcerias em composições, tem me empurrado para o estúdio sempre que vê uma chance. Ponho minha voz como quem joga num treino. E aí, é legal. Erra-se, acerta-se. Sem o compromisso maior, a não ser divertir-se, experimentar. Ontem foi diferente. Desta vez, me empurrou para o palco. Queria que cantássemos umas das nossas, mas não me arrisquei. O tempo era curto, houve desencontro nos dias em que marcamos ensaio.

Mas ele insistiu e, ao final, eu topei fazer duas músicas que considero clássicos da MPB: Canteiros, do Fagner. E Cantar, de Godofredo Guedes, que ficou nacionalmente conhecida na voz do filho dele, Beto.

A festa estava magnífica. Gente do bem, reunida para se divertir. Pelo palco passaram quase duas dezenas de artistas, todos emocionados com a boa recuperação do Daneil Jr, que enfrentou uma longa jornada no hospital.

Lá pelas tantas, Lula sobe ao palco acompanhado pelo Armando, outro baixista nato. Canta uma, duas, três músicas e anuncia: “Eu queria convidar o Maranhão pra cantar as próximas duas comigo”. Gelei. Senti na barriga aquele frio característico que nos toma quando fazemos uma coisa pela primeira vez. Fui e cantei.

Posso lhes assegurar que foi um grande e generoso presente do Lula. Entre tanta gente boa, de reconhecida habilidade musical, eu me esforcei pra não fazer feio. Para o meu alívio, não houve debandada na platéia. E eu saí feliz como criança que ganha um brinquedo novo. Como calouro que passa no vestibular. Como alguém que descobriu um pouco mais das suas capacidades e venceu mais um desafio na vida.

Com as bênçãos do meu maestro soberano e de Daniel Jr.
P.S. – Foi uma bela experiência. Mas ainda acho que o jornalismo vai ocupar a maior parte do meu tempo.

8 comentários:

  1. Aí conterrâneo... também estava na festa... muito bacana e emocionante mesmo a gente poder cantar por uma causa tão nobre... tudo na mais perfeita harmonia... assisti a tua participação... deu pra perceber um pouco a tua timidez, ali quase como back-vocal do Luiz... valeu muito... abração.. depois aparece no meu blog se puder... http://dipadua.blogspot.com

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  2. Oi Maranhão, eu também estive na festa e fiquei muito feliz por ver o Daniel bem, e principalmente, tocando o seu velho baixo de longos tempos.
    Foi muito legal ver e ouvir música boa e as pessoas felizes. Já falei com o Luiz que estou inscrito para novas aventuras musicais.
    Outra coisa, eu morei por 12 anos em São Luís (94 a 2006)e adotei aquela TERRA MARAVILHOSA como minha e quando vi na outra postagem sua VC falando de lá, confesso que bateu a maior saudade. Lembrei da Madre Deus, dos meus Amigos do Regional 310, Máquina de Descascar'Alho, os cantadores de lá, das ruas, dos casarões, de Lençóis, .... são muitas lembranças. Já no dia da Festa, sábado, pensei em falar com VC para saber de onde eras, e agora aproveitando o seu Blog ...
    Valeu!
    Grande abraço
    Renato Esteves

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  3. Maranhão, basta dar uma olhada no teu trabalho como jornalista, para saber que esta nova faceta será mais um sucesso na tua vida !!!!
    Parabéns ! Força e muito sucesso !
    Bjins.
    Márcia.

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  4. Maranhão, parabéns ! Mais uma vez seu talento se mostra.
    Sucesso !
    Márcia.

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  5. Gde Maranhão!
    Grande estréia nos palcos!!!!!
    Foi uma honra que tal estréia ocorreu lá em casa.
    Aquele abraço
    Luiz Theodoro

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  6. Sei bem o que é pisar um palco sem intimidade com ele. Sustos que nos pregam pelo bem querer, mas também por saberem o quanto podemos ser comprometidos com a responsabilidade que nos dão.
    Você é um artista além do jornalista. Você é poeta, desenhista (recordo bem quando espiava por trás da carteira da escola, morrendo de inveja!) e outras habilidades que o tempo permitiu aflorar.
    Talvez você não seja cantor mas tem na alma a sensibilidade dos que cantam. Quem ouve por certo gosta e não esquece. Assim como quem te conheceu um dia te terá prá sempre na lembrança.
    Mariza

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  7. Subir num palco, respirar, olhar e sentir o gelo que não dá pra descrever. Falha-se tudo, mas em pouco tempo, com a primeira nota e a primeira sílaba afinada, a sensação de alegria, é muito grande. A música, a terapia e a confraternização em forma de amor. Parabéns, e mais música para você. Como você meu amigo viu meu filhinho cantando, tentando, assim nós vamos compondo os donos do próximo mundo. Abração.

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  8. Pô, Maranhão, querido, que pena que eu perdi essa...vou ter que armar um palco aqui em casa para acompanhar mais essa faceta! Pode já ir falando pro Luiz Theodoro que ele está convidado! beijo Lu

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