domingo, 6 de junho de 2010

Ausência

(Poesia de Maranhão Viegas para foto de Chris Kenny)


Ando ausente.
Não que eu queira.
Não...

É o tempo.
Ou a falta dele.

É a chuva
A que não veio.

O silêncio.
O vazio do banco.

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de um período:

Exaustão

3 comentários:

  1. Tinha lido o texto abaixo e ausentei-me de te ler, como também ausentei-me de outros prazeres. Vc também ficou longe? Até de si mesmo? O blog é inteiro você e você faz falta...
    Beijos de "onde anda você!"
    Mariza

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  2. Viver como as flores

    O discípulo, a seu mestre espiritual:

    - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
    - Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.
    - Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
    - Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim - Elas nascem no esterco. Entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

    E o mestre conclui seu pensamento:

    - É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

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