sábado, 29 de outubro de 2016

Dúvida atroz




Quem de nós ficará pra depois?
Nós três, nós quatro, nós dois?

Quando na taça o vinho estiver,
Haverá quem celebre?
Quem ainda queira beber?

E que sabor vai ter?
Taninos apurados,
frutados,
buquê!

Qual boca vai sentir
o que os meus olhos não vão ver?

Faz pouco sentido
querer agora saber.

No justo espaço
entre o gole e o cansaço
Fico com o riso ampliado
Por trás do vinho rosé.

Quem vai querer saber?
Pra quê?



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