quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um conto dos Andes

Por  Ramón Rocha Monroy


AMANECIÓ FRESCO

Amaneció fresco. Serían las seis de la mañana cuando cumplí mi rutina de caminar por las calles desiertas de la ciudad. Había una bruma apenas perceptible que se posaba sobre la cordillera y el aire frío entraba a mis pulmones que era un contento.

Una hora después me vestí, monté mi bicicleta y me dirigí al trabajo. Por precaución tomé una chompa y así trabajé toda la mañana.

Era hora de almuerzo y la bruma se había convertido en resolana, de modo que decidí manejar mi bici en mangas de camisa. Crucé el Prado en medio de un calor moderado y al subir el Puente de Cala Cala vi el reloj que registraba el mediodía y una temperatura de 27 grados Celsius. Subí a pie la cuesta y en lo poco que tardé, la temperatura trepó 3 grados más redondeando a 30. Volví a montar la bici y en el tramo que me faltaba sentí la primera sofocación de un día caluroso.

La pensión estaba llena, pero habían habilitado unas mesas a la entrada que tenían mayor ventilación. Allí me quedé, pero al tomar las ensaladas vi que la gente se abanicaba con lo que podía, porque el calor había subido con la concentración de comensales.

Terminé de almorzar y la ventilación de la puerta se había disipado por un calor insoportable, que se hizo mayor cuando volví a mi oficina, como que al cruzar el Puente de Cala Cala el marcador de temperatura registraba 35 grados Celsius.

Al filo de las tres de la tarde hacía un calor de 40 grados y al parecer no había cómo detenerlo. No soplaba la menor brisa y el aire parecía detenido por la resolana, que convertía la ciudad en una carpa solar. Media hora después, cuando la temperatura había pasado los 45 grados el trabajo se interrumpió, los empleados salieron a mirar el cielo y las mujeres entraron en pánico. Si esto seguía, la temperatura redondearía los 50 grados y no había ninguna forma visible de que el calor amainara.


Felizmente pasadas las 6 la temperatura comenzó a declinar. La gente se agolpaba en las calles, a la sombra de los árboles y no paraba de comentar el suceso del día. Llegó la media noche y poco a poco la gente se retiró a dormir, aliviada por el descenso de la temperatura, que había vuelto a los 22 grados.

Pero ¿y mañana?

Ramón Rocha Monroy é um grande amigo cochabambino, um dos mais respeitados jornalistas e escritores da Bolívia, com vários livros publicados e muitos prêmios conquistados. 

TEMPOS ESTRANHOS


O dia amanhece com frescor. São seis da manhã quando cumpro a minha rotina de caminhar pelas ruas desertas da cidade. Uma leve bruma pousava sobre a cordilheira e o ar frio entrava em meus pulmões como um alívio. 

Uma hora depois me vesti, peguei a bicicleta e fui ao trabalho. Por precaução, pus uma blusa e assim trabalhei toda a manhã. 



A bruma matinal converteu-se em uma manhã de sol. Era hora do almoço. Decidi pedalar em mangas de camisa. Atravessei o Prado em meio a um calor moderado e ao passar pela ponte Cala Cala percebi que o relógio marcava 27º, ao meio-dia. Subi a pé a parte mais íngreme da rua e, sem que se passasse muito tempo, a temperatura aumentou 3º. Voltei a pedalar e o percurso que me faltava foi suficiente para me fazer perceber um calor sufocante.

O restaurante onde iria almoçar estava cheio, mas providencialmente, havia umas mesas na área externa, um pouco mais ventilada. Ali fiquei. Enquanto comia a salada, notei que as pessoas se abanavam com o que podiam. O calor ali dentro era maior por conta da concentração de pessoas. 


Terminei de almoçar e a o vento leve foi-se embora, dando lugar a um calor insuportável, que se fez maior enquanto eu voltava ao meu escritório. Quando cruzei novamente a ponte de Cala Cala o termômetro registrava 35º. 


Ali pelas três da tarde fazia um calor de 40º e não dava mostras de que algo pudesse mudar. Não havia a menor brisa e o ar parecia se tornar mais quente com a força do sol, que transformava a cidade em uma estufa.  Meia hora depois, quando a temperatura já ultrapassara 45º a cidade parou, o trabalho foi interrompido, os funcionários saíram às ruas para olhar o céu e as mulheres entraram em desespero. A seguir aquele ritmo, em pouco a temperatura bateria à casa dos 50º sem que houvesse qualquer forma possível de amainar o calor. 


Felizmente, um pouco depois das seis da tarde, a temperatura começou a cair. As pessoas lotavam as ruas, nas sombras das árvores e o assunto era um só: A onda de calor impressionante do dia.  À meia-noite as pessoas começaram a se recolher, foram dormir mais aliviadas com a queda da temperatura, que aquela hora voltava aos 22º. Mas, e amanhã, como será? 


Tradução livre para o português de Maranhão Viegas.

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