Foto: Andres Alem |
Presto
atenção em tudo.
Na
chuva, lá fora.
No
barulho do freio.
Na
mulher triste, sob a árvore.
Prestar
atenção em tudo
faz
parte das minhas manias.
De
tudo, concluo pouco:
Uns
retalhos de tarde,
umas
nesgas de lua,
nuvens
que demoram a passar,
vaga-lumes
espalhando
picos
de luz verde, a esmo.
Juntando
tudo, me vejo com o necessário.
Que
mais preciso?
Que
o dia se ponha, manso.
Que
as horas passem exatas, inteiras.
Que
o olhar encontre o horizonte
com
a certeza de que o amanhã
virá
outra vez.
Carregado
de beleza crua.
Repleto
de incertezas vãs.
E
com, pelo menos, uma pitada
de
esperança.
A
vida, assim, me basta.
Poesia escrita originalmente para a coluna "Olhar Poético", que assino semanalmente, no Blog Hoje Vou Assim, da Cris Guerra.
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