Veruska Donato e Maristela Brunetto, nos tempos da UFMS. |
Maristela e minha memória me transportam a um passado já
distante. Sim. Por um curto período fui professor substituto de Telejornalismo
e de Sociologia da Comunicação, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Foi uma passagem rápida, mas que me marcou de forma definitiva. E, pelo visto,
também a alguns dos “meus alunos”
Uma boa parte de uma das minhas turmas: Patrícia Nascimento e Clayton Sales em primeiro plano. |
Com a professora Glória, no dia da formatura, nos idos dos 70. |
Luiz Evangelista |
Nossa ligação é tão consistente que a vida nos permite,
ainda hoje e de vez em quando, nos encontrarmos nas reuniões de ex-alunos da
turma de 79.
Já na faculdade, tive um time de “bambas”. Gente que,
literalmente mudou minha vida. Elvira Lobato foi a primeira. No primeiro dia de
aula me rebatizou e imprimiu o Maranhão na vida do Inorbel. É por obra e graça
da Elvira que carrego, desde lá e para sempre, a referência à terra onde nasci transcrita
entre os meus nomes de batismo. Ela, mesmo sem saber, me fez assumir o Inorbel
Maranhão Viegas.
Na UNISINOS, onde me formei jornalista, os olhos grandes da
Luiza Carraveta me ensinaram quase tudo sobre Expressão Oral; me surpreendi com
o Brasil plural de Antônio Holfeldt; mergulhei na essência dos problemas que
marcam a nossa sociedade com Raul Pont e Pedrinho Guareschi; descobri a
dinâmica das redações com Antoninho Gonzales; o teatro me fez artista pelas
mãos loucas de Juan Carlos Soza; e Guaraci me ensinou que, não só o cinema mas,
a vida exige que a gente mude o ângulo da câmera, vez por outra, para encará-la
com nova perspectiva. Lino e Chardong,
que eram dois, mas sempre me pareceram
um só, revelaram os mistérios encantadores da fotografia.
Os professores da minha vida. |
Há entre eles, porém, um que me comove. E a quem faço uma referência
especial. Francisco Diana Araújo. Meu mestre de Semiótica e Semiologia.
Foi ele quem melhor percebeu minha personalidade nordestina,
de menino assustado e ao mesmo tempo maravilhado, ao desembarcar no
Sul. Foi a ele que recorri, quando tive que voltar ao Nordeste, por obra do
acaso. E o fiz por meio de cartas escritas com a mesma emoção que me conduz a
vida inteira. Uma emoção menos elaborada, por certo, visto que eu era um jovem aprendiz. Mas
essencialmente, a mesma emoção que ainda preservo hoje em meus relatos cotidianos.
Foi numa aula dele que a Mara (que mais tarde viria a ser a
mãe dos meus filhos) ouviu falar de mim pela primeira vez. Justo pela leitura
de uma das cartas que lhe escrevi e que ele achou por bem dividir em voz alta com
todos os alunos da sala.
Com ajuda do Araújo, voltei à UNISINOS e concluí o meu curso
de jornalismo. Mais tarde, ele carregou Mariana no colo, sentou à mesa de minha
casa, comeu e bebeu com os meus. E nunca, nunca mesmo, saiu do meu pensamento.
A ele, em especial, e a todos os outros que trago no
quebra-cabeças emocional da minha personalidade, neste dia do professor, eu me
declaro agradecido. Por tudo o que me deram e por tudo o que sou.
Valeu, mestres!
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