No Acre, na selva, no silêncio. |
Em tempos de campanha aprende-se muito. Sobre as pessoas, sobre os lugares e sobre si mesmo. Quando estive por lá aprendi a ser sozinho na selva. O silêncio da selva é barulhento de mato, e rio, e bicho, e passarinho. Toda vez que o silêncio virava exagero, a música urbana me salvava da solidão que angustia.
Dia após dia, a rotina era a mesma. De manhã cedo, uma kombi pegava a equipe no hotel. No percurso até a produtora, as caras de sono e cansaço predominavam. No meu diskman (havia isso, diskmans, que eram os equivalentes aos Ipods de hoje) um CD do Rappa rodava quase até furar. Era assim que a gente dizia, nos tempos em que os discos de vinil tocavam tão repetidas vezes que chegavam a furar, sob o impacto da agulha de cristal.
O que sobrou do céu era a minha preferida. Talvez porque começasse dizendo a verdade mais comum daqueles dias no Acre: Faltou luz, mas era dia, dia... Talvez...
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