Está perto de terminar o dia. Meus dedos percorrem a esmo o teclado. E me levam pra um vídeo de dança. Não um vídeo comum. Um em que mãe e filho dançam de verdade.
Mas era uma dança especial.
Profunda, no sentido semântico, no sentido léxico e no sentido poético da palavra.
Mãe e filho (os artistas são sim, de verdade, mãe e filho) dançam no fundo de uma piscina como se flutuassem num ambiente sem a força da gravidade. O filme, um curta metragem, foi produzido em 2010 e dirigido por Conor Horgan. É uma alegoria de útero onde cabem em harmonia mãe e filho. Eles coabitam, e dançam, e se divertem, como se fosse a primeira dança. Ou, quem sabe, a última dança. Como se fosse pra ontem, como se fosse pra sempre.
Meus dedos me levam, uma vez mais, direto para a poesia. Desta vez, no fundo, bem no fundo da alma. E eu agradeço. Antes que o dia e a dança acabem.
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