Bernardo, de Manoel. |
Nossa
voz tinha nível de fonte.
A
gente passeava nas origens.
Bernardo
conversava pedrinhas
com as rãs de tarde.
Sebastião
fez um martelo de pregar água
na parede.
A
gente não sabia botar comportamento
nas palavras.
Para
nós obedecer a desordem das falas
Infantis
gerava mais poesia do que obedecer
as regras gramaticais.
Bernardo
fez um ferro de engomar gelo.
Eu
gostava das águas indormidas.
A
gente queria encontrar a raiz das
palavras.
Vimos
um afeto de aves no olhar de
Bernardo.
Logo
vimos um sapo com olhar de árvore!
Ele
queria mudar a Natureza?
Vimos
depois um lagarto de olhos garços
beijar
as pernas da Manhã!
Ele
queria mudar a Natureza?
Mas
o que nós queríamos
é
que a nossa
palavra poemasse.”
Manoel, de Bernardo. |
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