sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reencontro

Quando cheguei, no início da década de 80, ao Mato Grosso do Sul, ele já estava lá. Isaac de Oliveira já era um publicitário reconhecido e um artista plástico de grande talento. Seus quadros são uma marca registrada não só dele, mas da cidade, do pantanal, das suas gentes, do Mato Grosso do Sul, enfim.

Isaac tem o dom de dar cores vivas a traços vigorosos, que comumente assumem imagens de pássaros, peixes, flores ou árvores nativas do Centro-Oeste brasileiro. Ter um "Isaac" na parede é um prêmio. No começo da década de 90, alguns amigos comuns resolveram me presentear com um quadro da série "peixes". De lá pra cá, já estive em muito lugares e enfrentei muitas mudanças. Mas "meu Isaac" me acompanha, aonde quer que eu vá.


Um dia, Gabriel, meu filho, que era ainda menino de colégio, participou de uma oficina de artes plásticas com um instrutor convidado pela escola, chamado Isaac. O desafio dos meninos era produzir peças que seriam julgadas pelo olhar criterioso do artista convidado.

Gabriel chegou em casa feliz da vida por ter recebido um elogio do Isaac ao seu trabalho. Imagino que ele tenha sido cuidadoso o suficiente para fazer o mesmo com os outros alunos, mas para o Gabriel, um elogio do Isaac era único. E manifestou o desejo de um dia visitar o ateliê dele.


Mara e eu, ouvimos a conversa toda na hora do almoço, sem revelar que, desde priscas eras, conhecíamos o Isaac. Quando Gabriel parou de falar, peguei o telefone e fiz uma ligação. Combinei com o meu interlocutor, sem revelar seu nome, uma visita ao seu ateliê de pintura. A medida que eu falava, Gabriel foi identificando a conversa e ficando com os olhos arregalados. Quase teve uma eclâmpsia quando passei o telefone para que o Isaac, pessoalmente, confirmasse o convite.  

Hoje, abro o Facebook e vejo um recado do Issac sobre um vídeo promocional, que acabou de ser produzido. Pelo que entendi, o filme foi feito para a Fundação de Turismo do Estado e faz parte de uma série que mostra pessoas e situações que mexem com a auto-estima do sul-matogrossense.

Valorizando a terra, reconhecendo a gente, imprimindo uma identidade que não carece de fronteiras. É universal, como a arte de Isaac. Um belo trabalho que traz também a excelente direção de fotografia de outra amiga, Elis Regina. Entre outras coisas, serviu pra matar a saudade que sinto duplamente: Do Isaac e do Mato Grosso do Sul.

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