Sim, os dias são tensos, românticos ou não.
Há
poesia em tudo, mas a poesia destes dias tem a cor cinza.
Escrevi
sobre os movimentos quando eles começaram a tomar corpo.
Falava da beleza das ruas cheias, do oxigênio novo nas veias da sociedade e das dúvidas sobre o rumo que tudo isso ainda tomaria.
Hoje, o dia amanhece com um sabor bem amargo em Brasília. E a ressaca se
estende
por
todo o território nacional. Não pela beleza de quem foi para as ruas de forma
cívica e pacífica.
Mas
pelo risco de uma guerra civil anunciada, pautada pela barbárie, pela
violência, pelo descontrole, que
se assume na figura de mascarados, de bandidos infiltrados na multidão,
daqueles que recorrem à covardia do anonimato para romper os limites do socialmente tolerável.
Meu
coração se divide entre a alegria de ver meus filhos irem para as ruas
(repetindo num espelho temporal e melhorando o que fui em minha juventude -
quando também ganhei as ruas e lutei por desejos parecidos) e a angústia de
vê-los expostos a esse descontrole social. Os meus e os milhares de outros
filhos, de outros pais e mães, que também sonham
com um país melhor, mais justo e mais cheio de esperança.
Meu
coração civil, como o de Milton, quer liberdade e quer amor.
Minha
cabeça dói em busca de um sentido que justifique a perda de controle de um
movimento que,
ao
mesmo tempo, mostra e esconde o que estamos surpresos em ver: A nova cara do
Brasil.
Vida
que segue.
Meu Mestre querido, sábias palavras ainda que cheias de lirismo, esperança e fé. Amo vc! O meu Gabriel está de cara pintada lá em Calgary, tb fazendo passeatas em apopio ao Brasil.
ResponderExcluir"mostra e esconde o que estamos surpresos em ver".
ResponderExcluirÉ isso, mestre.