A turma, em dois tempos. Nos dias de hoje... |
...e nos tempos da escola, em 1979. |
Tive várias turmas ao longo da vida.
A mais presente é a de Maringá.
Naquele ano, 1979, meu pai e minha mãe foram me
levar
para estudar lá. Eu queria estudar fora, seguir minha vida
de
viajante, que já tinha começado antes, desde os 15.
Maringá surgiu como uma alternativa. Fui bater no colégio Marista.
Não era tão longe de Foz do Iguaçu, onde meus pais viviam e, sei lá mais
porque.
Fui.
Meu primeiro endereço foi a pensão da Dona Santa. uma
baiana de Jequié.
Parecia minha avó. Havia outros "eus" por lá. Gente de todo lado. Uns estudando o ensino regular, uns caxeiros viajantes, uns
fazendo curso de aviação privada para tirar brevê de piloto. Fui gostando do
lugar desde a primeira olhada.
Uma casa simples, na Avenida Paraná.
Com o que os meus pais acertaram pagar, eu teria direito a
um pequeno quarto só pra mim. Um quarto com saída externa, de frente para o
pátio, no quintal da casa.
Cabia pouca coisa ali. Mas eu tinha pouca coisa. Então
cabia tudo.
O colégio |
O Colégio Marista, aos meus olhos, era imenso. E
desafiador.
E aquelas pessoas todas, e a minha turma, o terceirão A...
Era uma turma especial.
Eduardo Esteves foi um dos primeiros a estabelecer amizade
comigo. Tanto, que a casa dele foi a minha segunda morada. Seu Joaquim e Dona Rosa, cumpriram o papel de meus pais portugueses. Um casal que trago no coração. A quem agradeço a acolhida como filho.
Depois, fiz novos amigos: Arthur, Chico, Eduardo Bruder, Mariza Poltronieri,
Ghyslene Rodrigues, Edna Maria, Edna Marcia, Mauro Faccioni, Ricardo
Sandri, Pauletto Porcu, Danilo, Carlos Eduardo Pezzodipane, Alverina Sallé,
João Max Preiss, Áuro Fábio...
Incrível como ainda hoje os nomes e sobrenomes vem fácil. Éramos
uma turma unida, diferente.
E continuamos a ser. Mesmo mais de três décadas depois.
E continuamos a ser. Mesmo mais de três décadas depois.
Estávamos às portas de um vestibular, às portas de uma
nova fase da vida e o desconhecido nos unia. Como a filosofia nos unia, e a
poesia, e a música também.
Nossas tardes na casa da Mariza, ouvindo os discos de sua
irmã mais velha, a Heloísa, eram memoráveis. Meninos novos ouvindo música de
"velhos". Coisa estranha e deliciosa. Meninos novos, lendo
livros de velhos. Meninos novos brincando de inaugurar a vida.
Dona Marilene, minha sintonia anti-fome. |
Na casa do Ricardo, a gente ía pra comer doces. Os mais lindos e saborosos, feitos pela mãe dele.
Na casa da Ghy, pra estudar (mas ninguém estudava. Era filosofia pura e devaneio).
Na casa da Edna eu ía filar comida. Dona Marilene, mãe dela, tinha lá um quê de proteção comigo. Mais, de identidade. Algo que nos permitia um entendimento por olhares. Sempre achei que ela sabia quando eu estava com fome da comida dela.
Durante as olimpíadas Maristas a gente tinha time de quase
tudo.
O feminino de vôlei era uma vergonha. Mas a gente torcia,
mesmo assim.
Não estávamos ali pra ganhar troféus. Estávamos ali para
viver os últimos dias de
adolescência. E os primeiros dias do resto de nossas
vidas.
Já se vão 34 anos de tempo. E ainda assim, a vida fez
o capricho de nos manter por perto. Muitos de nós. Muitos mesmos.
Luiz, o nosso professor de filosofia. |
A minha turma de Maringá é uma das mais vivas em minha
vida. Uma das mais presentes. Luiz, o nosso professor de filosofia, que o
diga. Não vamos virar 35 anos sem nos ver. Está quase na hora da gente se
juntar de novo.
O tempo é outro.
A vida de cada um tomou novo rumo.
Mas a essência continua.
Quando nos juntamos, somos de novo aqueles meninos e
meninas ávidos de vida, loucos pelo desconhecido e sinceros amigos.
O tempo não para, moçada. Vamos nos ver?
Sim senhor, vamos nos ver de novo e outra vez, a galope no tempo, que ele é ligeiro.
ResponderExcluirTambem sou um Viegas de sao luis do Ma do bairro Anjo da fuarda hj residindo em Gurupi-To...sou artista plastico e Prof de artes....uma abraço e parabens pelo Blog.
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