Luiz Evangelista, nosso professor de Física, (graças a quem começamos a amar a Filosofia) em dois tempos. Na época da escola... |
... e hoje. Lá longe, na Inglaterra. A paixão é a mesma. |
Caríssimo Maranhão.
Recebi
o texto, com as fotos, com uma emoção indizível.
Imagine!
Estou
fora de casa, em Cambridge, num clima de solidão e melancolia muito fortes,
olhando para uma paisagem antiga. Há pouco, estive lendo alguns versos de
Keats e outros de William Blake. Vocês (você e Mariza, que me escreveu
antes) me atingiram em cheio!
Lembrei-me
de ter feito, há uns quatro anos, um poema sobre os lugares e as pessoas que
amamos, e que fala, em poucas linhas, de como os carregamos dentro de nós, até
mesmo depois do "triste Aqueronte, o
insuperável".
O
poema (uma miséria de texto) surgiu a partir de uma frase de Jorge Luís Borges (já que a Argentina
anda em moda). Eu tentei recitá-lo em nosso primeiro encontro dos últimos anos,
lá na BR-3 de Maringá, em 2011, na hora do almoço, mas estava tão
emocionado que ele não saiu. Vai, agora, abaixo!
Que
emoção ser lembrado como professor de filosofia!
Do
fundo do coração (em latim pedante: ab imo pectore),
Luiz.
BORGEANA
Os lugares a gente carrega,
os lugares
estão em nós.
(J. L. Borges)
Os lugares e os mortos a gente carrega;
os lugares e os mortos estão em nós.
Quiséramos que eles estivessem onde estamos;
queremos que eles estejam onde estivermos,
depois de nossas vigílias,
além do triste Aqueronte,
onde toda lágrima será enxugada.
Lá, naquele dia em que
nada perguntaremos.
Luiz Roberto Evangelista
Department of Physics
Universidade Estadual de Maringá
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