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Moisés Rabinovici |
Além de traduzir as manchetes internacionais ele as contextualiza, nos fazendo acreditar ainda mais numa versão pessoal do dito popular que sentencia: "Para bom entendedor, uma manchete basta".
Pois hoje, entre as tantas manchetes enviadas estava a da edição impressa do jornal português "Diário de Notícias".
"PAÍSES ENCOSTADOS AO TURISMO VÃO PASSAR AS PASSAS DO ALGARVE"
Li e reli sem encontrar o sentido. Corri os olhos para o restante do texto e percebi que o Rabino, prevendo a falta de entendimento, traduziu a manchete do português de Portugal para o português brasileiro.
"PAÍSES QUE DEPENDEM DO TURISMO PASSARÃO DIFICULDADES ECONÔMICAS"
Na hora, mandei-lhe uma mensagem:
Querido Moisés Rabinovici. Sua providencial tradução do português de Portugal para o português do Brasil é um pequeno exemplo do oceano que distancia nossa “Língua Pátria” da língua da nossa “Pátria avó”.
Passa um tempo e ele me devolve a escrita: "Pro rádio, ninguém entenderia a manchete do Diário de Notícias, sem tradução. Trabalhei, quando no Oriente Médio, para a rádio portuguesa Renascença. Lá eles me apresentavam, para não passarem vergonha, como o "Brrrasileiro do Medio Oriente". Todo dia recebia da produtora as mancadas que tinha dado. "Seu burro: reunião de cúpula é cimeira; israelense, iasraelita; palestino, palestiniano...". Participava de um programa de entrevistas aos sábados com um título ótimo: "De Fio a Pavio".
São essas diferenças que nos tornam únicos. Nos distanciam e, ao mesmo tempo, nos remetem à nossa origem mesma. Filhos nascidos de uma só raiz.
Ora, pois. Que grata surpresa participar de seu blog. Para não vir aqui só agradecer, conto-lhe mais. Peguei um táxi no aeroporto de Lisboa e disse: Rádio Renascença. O motorista provocou uma conversa, a qual interrompeu: "Você é o brrrasileiro do Oriente Médio". Aí fiquei rubro de modéstia. Pronto. Abraço, rabino
ResponderExcluirUm Atlântico nos separa nesta língua de Camões, Fernando Pessoa e Machado de Assis.
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