terça-feira, 24 de março de 2020
Diário de Quarentena - Terça-feira 24.03.20
Chove em Brasília.
São as águas de março que seguem caindo depois de fechar o verão. O tempo lá fora ajuda a decidir: Não ligo a TV, não ligo o rádio, não abro o twitter. Saio da cama para o café da manhã com minha preta. Minha companheira de vida e de quarentena. O exercício de compartir uma vida nova em um mundo reduzido a quatro paredes. Uma descoberta, um aprendizado, uma comunhão.
Falo por telefone com mãe, pai, filhos, irmãos e amores. A fala pode ser curta, mas substitui, na medida do possível o calor do abraço ausente.
Recebo do trabalho as missões que me cabem. Cumpro com afinco. A cabeça pede mais, mas a distância me impõe limites. É assim. E vai ser assim por um tempo.
Rotina, disciplina e método. Receita desses tempos estranhos. Pequeno manual de sobrevivência, indispensável para a saúde do corpo e da mente.
O dia passa enquanto Almir toca sua viola no aparelho de som. Saudade dos velhos amigos. Saudade de um tempo de antes. Vida que segue.
Nerudas, Manuéis, Galeanos e Mia Coutos, nos protegei da insanidade do mal da intolerância, nos livra da brutalidade, nos acolhei em suas letras sagradas. Poesia que salva.
Várias são as poesias que nos salvam em dias como esses. Tenho me dedicado à poesia da culinária e do jardim.
ResponderExcluirObrigado por sua generosidade.