Dia primeiro de maio. Amanhece em Cochabamba, Bolívia. Faz frio. Silêncio, sol, floresta e as montanhas ao longe me fazem perceber as diferenças de país. Há dois dias, divido as horas com pessoas determinadas a resgatar um pedaço perdido da história da Bolívia.
Há pouco mais de quarenta anos, um grupo de jovens decidiu dar sequência à luta iniciada por Che Guevara. Havia pouco que ele fora morto, na selva boliviana. A aventura desses meninos durou pouco. Cem dias. Mas só agora a jornada deles começa a ganhar o espaço que lhe é devido na História. Antes disso, prevaleceu o esquecimento.
Manter escondidos estes cem dias da história boliviana é o equivalente a manter apagadas 67 histórias de vida. Um hiato de tempo que pode ter custado uma geração inteira. Os que se aventuraram na selva boliviana há quarenta anos, sonhavam com uma sociedade socialista.
Morreram quase todos. Alguns de cansaço. Outros, de fome. Muitos, fuzilados sumariamente pelas forças militares. Com a partida deles, muitas histórias de amor foram interrompidas. Muitas famílias desfeitas.
O resgate desta história se deve em grande parte ao esforço do escritor e historiador boliviano, Gustavo Rodriguez Ostria. É da autoria dele o livro que serve de base para que a história vire um longametragem. Em breve, a tragédia de Teoponte vai ocupar as telas de cinemas da América Latina. Talvez de muitos outros cinemas no mundo. É uma história de morte e de vida. De razão e paixão. Um lapso de tempo, uma eternidade para quem viveu.
Porque hoje, é primeiro de maio!
Eu nem imaginava que iso pudesse ter acontecido...vai ser um filme bem interessante...o livro...já agora...vai ficar na minha lista de compras ...bj
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