Leminski.
Pra terminar o agosto.
Bem agosto.
Bem a gosto!
Do blog Poeme-se
domingo, 31 de agosto de 2014
Deixando o pago
O céu do Rio Grande me vem à memória.
Lá em São Miguel das Missões vi o céu mais estrelado,
de um azul que parecia veludo, que avistei com estes olhos de meu Deus.
Valho-me dessas memórias para vagar noite a dentro,
ao som da viola milongueira de Vitor Ramil.
Deixando o Pago. Pra fechar o domingo.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
fim do dia
o dia termina calmamente, mansamente.
O traço alaranjado do fim do dia,
do quintal de minha casa anuncia:
Tenha fé, amanhã tem mais!
O sorriso do dia se esvai pelo horizonte.
Um silêncio azul invade a paisagem.
A noite chega. Zás!
Amanhã tem mais
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Dia internacional do Papadih
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Dia internacional de Papadih (é o que diz a Mariana). |
Diz o ditado que elogio em boca própria é vitupério. Longe de ser tentado a isso. Mas hoje, ao ler o texto que a minha Mariana escreveu e publicou, eu chorei como menino. Por vários motivos. O maior deles, por orgulho de vê-la conseguir traduzir o nosso amor de um jeito tão próximo do meu estilo de escrever.
Então. hoje eu peço licença para publicar essa beleza de texto e de declaração de amor. Obrigado, filha. Eu também te amo.
Hoje
é o dia internacional do meu Papadih.
O
homem que eu mais amo no mundo todo, sem dúvida alguma!
O
nosso amor é lindo e vai pra além do universo.
E
a coisa que eu mais escutei e escuto até hoje é que eu sou a cara dele.
E
a nossa relação tem as nossas singularidades:
-Desde que eu era pequena, era o meu pai que acordava cedo e me
arrumava pra escola. Ele sempre inventava uma musiquinha de manhã pra me
acordar. Às vezes eu já estava acordada, mas fingia que estava dormindo ainda,
só para ouvir a musiquinha.
-Eu tomava banho sozinha. Mas saía do chuveiro e parava só de
toalha na frente do meu pai, sentado no sofá. Ele me secava e colocava a minha
roupa. Não porque eu não conseguiria fazer sozinha, ou por preguiça minha. Não.
Aquele era mais um dos nossos rituais de carinho.
-Ele calçava meu tênis também. Eu apoiava o pé no joelho dele.
Ele colocava a meia, o tênis, dava um laço no cadarço e batia com as duas mão
na lateral, como se dissesse "tá pronto". Até hoje eu faço isso
quando termino de amarrar meus tênis. É espontâneo.
-E muitas vezes aos sábados fui acordada por uma música que
vinha da sala. Até hoje quando escuto Jokerman
do Bob Dylan na voz do Caetano Veloso tenho a sensação gostosa
de que é sábado, e o por isso meu pai tá ouvindo música na sala.
-Eu chamo meu pai de Inorbel, que é o nome dele na certidão de
nascimento. Mesmo ele tendo assumindo o apelido Maranhão como nome há mais de
trinta anos, eu sei que ele gosta de ser chamado assim. E pouquíssimas pessoas
sabem disso e/ou o chamam assim.
-E as vezes a gente briga. E briga feio mesmo. Fica de cara um
com o outro. E as vezes isso leva um tempo pra passar. Mas passa. Sempre. E
sempre acaba com um abraço, e um olhando pro outro dizendo "Cê é besta..."
- E se eu ouvir lá de longe, pelo ritmo do passo, eu sei que é
ele que tá chegando.
- E a gente adora dança. Dançar junto, principalmente. E ele é o
meu melhor par na pista.
- A gente ri muito quando tá junto. De todo mundo, e
principalmente da gente mesmo.
Hoje
o seu presente foi um vinho e um livro de poesias de Waly Salomão. Pra irrigar a alma e alimentar o espírito.
Te
amo, Papadih. Um brinde à sua
existência!
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Urso Pantaneiro
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Michel e Almir, em cena do Fantástico que vai ao ar neste domingo. |
A ponto de eu começar a ouvir a música dele, com esse único ouvidinho que me resta, prestando mais atenção. Não, ele não é qualquer um. Esse menino, Teló, nasceu em dia de estrela guia. E depois daquilo que a gente supunha um sucesso meteórico - pela rapidez com que surgiu e com que, certamente, desapareceria - ele se fixa no firmamento, como quem faz parte de uma constelação duradoura. Uma Ursa Maior, um Cruzeiro do Sul.
Michel Teló está fazendo um trabalho de gente grande ao documentar a história da música caipira, numa série que está indo ao ar em capítulos semanais, sempre aos domingos, no Fantástico, na Rede Globo.
Por lá, pelos teclados dele, estão passando gentes de outrora, do princípio, do que se convencionou chamar de música caipira. Do quilate de uma Inezita Barroso, ou de duplas como Tonico e Tinoco. Aliás, foi buscando algo assim que encontrei uma preciosidade postada hoje à tarde pela Waléria Leite, grande amiga e jornalista, de Campo Grande, MS.
Uma conversa simples, curta, ligeira de Almir Sater com Rolando Boldrin. Um daqueles causos de beira de rio, de fim de tarde, ou de amanhecer no campo. Com cheiro de café quentinho, saindo do bule. Nem preciso falar mais nada. Bom mesmo é deixar que o pai do Gabriel conte a história. Porque hoje é sexta.
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Almir, Michel e Guilherme Rondon. |
Aliás, no domingo, no Fantástico, ele vai aparecer junto de uma outra grande e ilustre figura da música sul-matogrossense: Guilherme Rondon. Não faz muito tempo, Michel deu dimensão nacional a uma das mais belas canções da trajetória do Guilherme, feita em parceria com Paulo Simões. Vida, Bela Vida.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
A morte e a urna
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Eduardo Campos |
A morte
atravessou o caminho da urna.
O Brasil, os
brasileiros e a eleição se vestiram de luto.
Eduardo
Campos morreu.
Eu não o
conhecia o suficiente a ponto de tecer loas à sua figura. Mas nutria muitas e
boas impressões sobre ele, mesmo o conhecendo como a maioria dos brasileiros -
à distância, pela televisão e pelos jornais.
Eduardo,
entretanto carregava naqueles olhos verdes a alma do seu avô, Miguel Arraes
(esse, eu conheci melhor), e a paixão pela política.
Eduardo iria
longe, era o que tudo indicava. Sua passagem meteórica e sua saída inesperada
da cena política brasileira abrem um vazio sem medida. E fazem crescer as
incertezas eleitorais.
Marina
assume ou não? Bem, isso é menor diante da tragédia posta. Naquele avião que
arremeteu e depois caiu sobre as casas, estavam Eduardo, quatro de seus
assessores mais próximos e dois tripulantes da aeronave. Que a nossa
solidariedade se estenda também às suas famílias.
Em especial
desejo que Renata, companheira de vida de Eduardo, mãe de seus cinco filhos,
tenha coragem para superar a dor. E, por fim, que o Brasil saiba registrar,
respeitar e tomar como lição essa tragédia.
A morte de
Eduardo Campos é um freio na louca corrida eleitoral. Um soco no estômago
seguido de uma tomada de fôlego, que podem mudar definitivamente os destinos do
Brasil. Quem sabe…
Por conta da
tragédia de Santos, a política parou. As atividades de campanha foram
suspensas. Os debates, adiados.
Como diria Flávio
Cavalcante, aquele célebre apresentador de TV dos anos 70:
"Os
nossos comerciais, por favor!"
domingo, 10 de agosto de 2014
Acender amores, apagar as dores
Vaga a noite intensa.
Incertos desejos
vejo a luz
fugindo da escuridão
vejo o sim
e o não
certa luz
meus pés no chão
Tuas flores penduradas
lâmpadas apagadas
estranhas cores
coordenadas
Não me diga o que é certo
clarear incendiou
meus dedos
passam por perto
clic
no interruptor
Acendedor
apaga a luz
acende o amor
Apagador
Acende a luz
apaga o amor
Poesia de Maranhão Viegas sobre foto da criação de Odette Castro.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
No céu, com diamantes
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Tinha que ser histórico esse encontro. 1974. Elton e John. |
Havia pouco, tinha chegado no "estrangeiro". Sim. Pra quem saiu do Maranhão aos oito, sob um sol de rachar o cano, o Paraná, e seus 15º, não podiam ser outra coisa que não "o estrangeiro".
Sei agora que enquanto eu estava lá, Elton John gravava um disco ao vivo no Madison Square Garden. Naquela noite de 28 de setembro, John Lennon, que tinha feito uma promessa a Elton, em tom de piada - que só cantaria uma música com ele quando ela se tornasse a número um, na parada de sucessos - teve que subir ao palco e cantar três músicas.
Dizem, foi algo memorável. A última música que cataram juntos, foi "Lucy in The Sky with Diamonds", uma velha canção dos Beatles, composta por Lennon em 1967.
Estou escrevendo sobre isso agora, por conta da trilha sonora da nova novela da Globo, Império. A música é o tema de abertura da novela. E é incrível como, depois de tanto tempo, ela ainda soa a novidade. E ainda comove os ouvidos e a alma.
Eu era um guri. Não fazia ideia do que acontecia do outro lado do mundo. Mas aquelas canções que começavam a chegar pela Terra Brasilis, nunca mais saíram da minha cabeça. E você Grings, por onde andava? O que escutava? Que música tocava?
La frontera de mi corazón
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Setembro de 1972. Desfilando pela Escola Bartolomeu Mitre. |
Lugar onde passei minha segunda infância e o início da adolescência. Onde vivi meus primeiros e grandes amores. Onde conheci professores que guardo ainda hoje na memória.
O sotaque fronteiriço argentino, paraguaio, me comove sempre. O castellano está entranhado em minha alma como se fosse possível a um menino maranhense ter nascido um pouco ali também.
Pensar em Foz do Iguaçu me remete aos tempos em que dormia ouvindo a "Rádio Mitre", de Buenos Aires. Mercedes Sosa, Charly Garcia, Fito Paez, compuseram a trilha sonora que embalava o meu sono de nordestino desterrado.
Foi por lá, em meio a amigos brasileiros, paraguaios e argentinos, que completei o ensino fundamental na Escola Estadual Bartolomeu Mitre.
Belos tempos, que no puedo olvidar.
Por isso mesmo, Fito Paez e Pablo Milanés, cantam aqui. Yo vengo a oferecer mi corazón. Em memória dos meus tempos de fronteira.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Carioca
Por alguma razão que eu confesso desconhecer, o garçom que
mais me atende no almoço do Café Nazareth – onde vou a cada dois dias, pelo
menos – encarnou de me chamar de “Carioca”.
Não sei se pelo meu sotaque de nordestino, não sei se pelo meu
jeito menos formal, que sempre me permite enxergar a pessoa que existe por trás
dos garçons. Não sei.
Sei que ficamos amigos. Eu, Carioca e ele, Sandro.
Não importa quem esteja me atendendo, ele sempre vem me
cumprimentar e perguntar se já fui atendido, se está tudo bem.
Outro dia, fiquei sabendo, ele estava com o pescoço duro,
por conta de um torcicolo. Pensei que ele tinha dormido mal. Não, me explicou.
Estava jogando bola, deu uma cabeçada e ficou assim. Sandro é pouco mais que um
adolescente
Às vezes, almoço sozinho no Nazareth.
Nesses dias, Sandro, sem saber é a minha melhor companhia.
Vai um chá digestivo ai?
Come Embrace me
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Jerry & Pétalas de Pixe |
Com um destaque para a paisagem urbana de Campo Grande, MS, (muito bem captada pelas mãos e lentes de Steffany Santos e Camila Machado) terra que me acolheu durante boa parte da vida, onde meus filhos nasceram e que sempre me deixa feliz com seus novos valores culturais.
domingo, 3 de agosto de 2014
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